Amor a Primeira Vista (parte III)

          Não podia ser outra coisa a não ser meu.

          Sim, estou falando dele. Novamente.
          Desde aquele sabado de calor, eu nunca mais consegui esquecer aqueles olhos azuis me olhando, como se quisem alguma coisa. Como se eu possuisse o seu objeto de desejo. De qualquer forma, eu o desejava com mais força do que antes. Por mais que fizesse uma semana que eu não o via, eu sabia que ele voltaria. Algum dia quem sabe, ele ia voltar.
          Minhas amigas diziam pra eu esquece-lo, que ele não ia voltar. Que ele não era um princípe encantado que vinha em seu corcel branco para me salvar da bruxa má. Não. Ele era um recruta do exército, que nem se lembrava da minha existencia.
          Por mais triste que seja, eu tinha que admitir que essa era a verdade. Nada além da verdade. Ele era lindo, não ia ter olhos pra mim, uma garota que trabalha em um mercado. Eu não era linda. Era atraente, só isso. Não tinha nada de especial em mim para que ele se interessasse por mim.
          Essa história só estava acabando comigo, estava me desfragmentando. Eu me sentia pra baixo, estavam me diminuindo.
          Enquanto o meu principe não vinha me salvar, eu estava trabalhando, sentada no guarda-volumes quando o vejo passar. Sim! Ele havia aparecido. Eu sabia que voltaria. Não precisava voltar por minha causa, só pelo fato de eu ve-lo, eu ja me sentia feliz.
          Meu coraão palpitava, e aquela mesma sensação das borboletas no estômago tomava conta de mim.
          Minha amiga pra me ajudar, foi pedir o seu nome. Simplesmente ele respondeu que não iria falar o nome dele a ela, e que eu estava interessada, eu que fosse perguntar.
          Não gostei muito daquela reação. Ele tinha um ego BEM elevado pelo jeito. Sim, ele estava se achando pelo fato de perguntarem o seu nome. Babaca.
          - Foi você quem pediu o meu nome? - pediu ele chegando de spubito no guarda-volumes.
          - Não exatamente... Eu só mostrei você a minha amiga, e ela fez o resto sem eu pedir nada. - respondi corando.
          - Pois é... Posso te fazer uma pergunta? - pediu ele. Meu coração dava piruetas circenses dentro do meu peito quase vazio.
          - Pode.
          - Porque você não usa crachá como as outras garotas?
          Aquela pergunta foi a mais cretina que eu ja havia ouvido de alguém. Poxa vida! Não tinha outra coisa melhor pra perguntar não? É, acho que ao invés de principe ele era um sapo. Puxei a paciência quase perdida e tentei responder a ele com calma.
          - Por que eu não quero.
          Acho que aquela resposta acabou com ele tanto como a sua pergunta acabou comigo. Mostrei a ele que não era só ele quem continha o poder.
          - Bom, então vou pedir pro gerente... - disse ele dando as costas e saindo.
          - Ei! Tá louco? Volta aqui... - falei, perplexa com seu ato.
          - Só vou te dizer meu nome, quando você usar um crachá escrito seu nome. Simples. Bom trabalho! - disse ele sorrindo e indo embora.
          Nossa... Aquilo tinha sido muito irritante. Me deu vontade de escrever meu nome em um papel e colar em sua testa. Mas me segurei, e tentei ser o mais gentil possível, afinal, eu estava em horário de trabalho.
          Bem, por mais idiota que ele seja, ele ainda mexia muito comigo. De uma maneira ou outra. Não se como, mas mexia.
          Enquanto eu ficava ali, odiando e amando o mesmo ser, a vida passava sem eu perceber. Os segundos corriam, e cada vez chegava mais perto de eu ve-lo novamente. Eu sabia que ele voltar. Se ja veio uma vez, ele vem de novo.

          To Be Continued...

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